Um gari no estado do RN chega a receber R$1000,00 de salário mensal. Um motorista de ônibus, R$ 1200,00. Um jornalista do Rio Grande do Norte, R$ 900,00. Esse valor faz a categoria do RN ser a "campeã" no menor piso salarial do país. Para ir contra essa realidade, os profissionais da área têm se mobilizado no mundo real e virtual, já que o momento é determinante para mudanças: período de rodada de negociações com os patrões, em virtude da data-base contar a partir de setembro. Proposta da Categoria Em um documento que reúne 45 cláusulas, o Sindjorn, sindicato que representa os jornalistas do estado, destaca 4 pontos principais: Clausula 1 - Correção e atualização dos salários de R$ 900,00 para R$ 1.500,00; repondo as perdas dos últimos anos;
Cláusula 2 - Criação de auxílio-alimentação no valor de R$220,00;
Cláusula 10 - Anuênio a partir do primeiro ano de trabalho (hoje o anuênio só é aplicado a partir do terceiro ano consecutivo de carteira assinada);
Cláusula 31 - Retorno do Delegado sindical (em outras negociações, os sindicatos patronais derrubaram o direito de que cada redação tenha um delegado representante do sindicato, com imunidade para fazer o elo de comunicação entre categoria e entidade representativa. Proposta dos patrões Os representantes dos patrões apresentaram uma contraproposta, totalmente diferente da apresentada pela categoria, ignorando todas as reivindicações. Entre 31 cláusulas, destacam-se as mais absurdas: ACABAR COM PISO SALARIAL – Negociação de salários diretamente com o trabalhador. Se essa proposta for aprovada, jornalistas poderão ser contratados com salários diferenciados, inclusive com vencimento abaixo dos atuais R$ 900. REAJUSTE DE 3,50% – A proposta de reajuste sequer repõe a inflação, que foi calculada para o período em 5,68%. FIM DO ANUÊNIO - Uma conquista trabalhista, o anuênio é um aumento automático anual. Para os jornalistas do RN, representa 1% (isso mesmo, 1%) ao ano. Eles querem a extinção. FIM DAS DIÁRIAS - Diárias são gratificações pagas quando é preciso sair da sede para a cobertura de alguma matéria. Ela é calculada com base na distância da localidade onde se foi, e representa um incremento importante para quem ganha R$ 900. Na proposta dos patrões, as diárias seriam transformadas em horas extras (que têm valores menores). BUROCRACIA NA DEFESA JUDICIAL – As empresas só custeariam advogados para defesa de jornalistas em cado de processos se as matérias forem "autorizadas expressamente e por escrito pela direção". DURAÇÃO DO ACORDO– Propõe que este acordo debatido tenha validade de dois anos, sendo renegociado apenas em 2012. Ou seja: ficaríamos um ano sem debate de reajuste, acumulando inflação e sofrendo com a derrubada de direitos trabalhistas fundamentais.
Mobilização da categoria
O Sindjorn está liderando várias ações no sentido de pressionar os patrões a discutir uma proposta no patamar da apresentada pelos trabalhadores. Já foram realizadas duas assembleias gerais, sendo a última na noite de quinta-feira (04) reunindo mais de 60 profissionais da sede do sindicato. Além disso, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa aconteceu no dia 03/11, proposta pelo deputado Paulo Davim (PV). Na ocasião todos os deputados se pronunciaram em favor da melhoria salarial e criticaram a proposta de reajuste feita pelas empresas de comunicação do RN em 2010.
Auditório do Sindjorn lotado na noite do dia 04/11 (quinta-feira)
Foto: Ney Douglas
Próximos passos A mobilização da categoria continua no mundo real com a realização de uma nova audiência pública, desta vez na Câmara dos Vereadores, no dia 08/11 (segunda-feira) às 19h. O vereador George Câmara (PC do B), além de acolher o pedido da categoria no caso da audiência, solidarizou-se à luta e formou uma comissão parlamentar que acompanhará a 3ª rodada de negociação entre sindicatos (dos trabalhadores e patronal), no dia 10/11 (quarta-feira), às 10h na SRTE - antiga DRT.
No mundo virtual a mobilização acontece aqui: |
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