segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais um desabafo.

Campanha Salarial 2010

A regulação de um valor mínimo de pagamento para os jornalistas serve para dar o mínimo de proteção a nós trabalhadores, evitando que os salários se situem abaixo das condições mínimas de sobrevivência. Mas veja os números:

Uma cesta básica de alimentos para o consumo mensal de uma família de seis pessoas – quatro adultos e duas crianças – está numa média R$ 361,46 (pesquisa PROCON em 26/11/2010), enquanto o salário de jornalista é de R$ 900,00, sem auxílio alimentação.  Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, como ficamos?

O DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro deste ano, enquanto o salário mínimo passou a corresponder a R$ 510,00, o mínimo necessário foi estimado em 3,90 vezes este valor, equivalendo a R$ 1.987,26. Em dezembro de 2009, quando o salário mínimo era de R$ 465,00, o menor salário deveria ser de R$ 1.995,91 (4,29 vezes o mínimo então em vigor);

O piso salarial dos jornalistas, além de fundamental para esse trabalhador, também é de interesse das empresas do setor. Salários melhores e condições de trabalho mais adequadas significam maior produtividade, menor rotatividade e um trabalhador mais concentrado em resultados e qualificação profissional. A melhoria significativa do piso dos jornalistas é um pré-requisito fundamental para a melhoria das condições de vida e trabalho.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005 a renda per capita em Natal era de R$ 7.038.816 e em 2007, de R$10.362,00.
Ainda mostrando dados oficiais, a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD 2009), realizada pelo IBGE mostrou que a renda média mensal dos trabalhadores do Rio Grande do Norte apresentou aumento de 77,52% nos últimos sete anos.
De acordo com a pesquisa, a média de renda que era de R$ 396,00 em 2002 foi para R$ 703,00 em 2009. Estamos atualmente em segundo lugar no ranking salarial dos estados da região Nordeste, perdendo apenas para Sergipe, cuja renda média do trabalhador é de R$ 743.Pelo que os números mostram, não há crise e nem estagnação de crescimento. Pelo que os números mostram, R$ 900,00 se torna cada vez mais absurdo e indigesto.

Mara Medeiros, jornalista.


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